sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Acordou com uma vontade louca de gritar para o mundo a sua raiva. Levantou e decidiu que aquele não era o momento não era o momento ideal. Gritar! Se olhou no velho espelho, ou era velho o refletido? Já não importava. Correu para debaixo do chuveiro porque a noite passada suara muito, mais que o normal. Abriu o chuveiro e, já ia se meter sob a água, lembrou de pôr alguma música para tocar enquanto tomava banho. Saiu do banheiro descalço e enrolado na sua velha toalha com aparência de nova. Colocou a música e voltou cantarolando alguma coisa ininteligível - ninguém mais precisava entender o que ele cantava, isso o fazia se sentir melhor. Tomou banho, cantou, escovou os dentes, gritou (porque chegara a parte da música na qual o cantor gritava), se arrumou, balbuciou alguma coisa para a avó, algo do tipo "tá bom", que não entendeu devido à sua audição já não ser das melhores (o volume do som já tava no máximo). Tomou o café da manhã e, ia saindo, quando o telefone tocou. "Alô?". Ninguém na linha. "Deve ser engano", pensou, pondo o telefone no gancho. Dirigiu-se à porta e destrancou-a - destravou, também, alguns dos ferrolhos (a avó tinha mania de segurança). Saiu, e ouviu o telefone tocar novamente. Pensou em voltar, mas olhou no relógio e viu que o tempo já não era aliado. A avó atendeu ao telefone. "Alô?! Alô?! Alô?!". Ninguém na linha...

2 comentários:

  1. Olha adorei a despreocupação com a finalização da obra, que ela esteja para além dela mesma, esteja para além de ti e de nós que a lemos... continua! quero mais escritos e pensamentos soltos, sempre... caminho certo, na minha humilde opnião, mexe sim com os sentidos , confunda-os se preciso.Parabéns!

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