domingo, 31 de janeiro de 2010


"E você, por que tá chorando?", foi o que ouviu ao abrir os olhos, na cinzenta manhã de um dia que era pra ser repleto única e exclusivamente de sorrisos. Lágrima, se existisse, que fosse de alegria. Ele não soube o que responder, fechou os olhos e voltou pro seu mundo de pensamentos embaralhados e camuflados das mais diversas formas. Pensou em tudo o que viveu, perguntou-se se tudo aquilo valeu a pena, ou se foi uma aventura vã. Abriu o guarda-roupas e tirou o velho (não tão velho assim) álbum de fotos. Fotos eternizadas nos mais felizes momentos, de sorrisos contagiantes e escancarados. Passou foto por foto, e, ao fazê-lo, materializaram-se diante dos seus olhos todos aqueles minutos, antes, durante e depois da foto. Um filme (romance-comédia-drama-suspense) poderia ter sido feito só com aqueles pedaços de papel e um pouco de sua imaginação. Guardava dentro do álbum de fotos um lenço, porque, ao abri-lo, sempre descia no seu rosto uma lágrima. Pegou o lenço, sentiu o cheiro e enxugou a lágrima. Repetiu para si mesmo, e para quem quisesse ouvir, que era aquilo que ele queria, daquele jeito, melhorando pra melhor sempre, sempre. Ele acreditava em amor para sempre...